Eu ainda acredito...



Eu ainda acredito. Eu sei, de que tanto falar sobre a reforma e a minha revolta com a situação do evangelho aqui no Brasil, muitos acham que eu tenho desistido; desistido dessa geração. Mas, isto está longe de ser verdade. Eu ainda acredito numa geração se levantando que está desligada das coisas desse mundo e que somente consegue ver Jesus e sua causa aqui na terra. Eu não posso parar de acreditar. É o ar que eu respiro. A verdade é que minha fé nunca foi em homens e seus chamados ou avivamentos e nem reformas, mas sim, num Deus que se interessou tanto nesse mundo que sacrificou seu próprio filho para fazer questão que redenção seja uma possibilidade e não somente uma palavra que muitas pessoas não entendem.
Recentemente tenho passado por vários extremos que me levou de novo a questionar a raça humana, mas no meio de tudo isso Deus tem me lembrado de quem Ele é. E assim eu acordo mais um dia sentindo esperança.
 
Algumas semanas atrás, eu e as minhas filhas fomos a um acampamento de jovens para ministrar e foi muito bom. Mas, uma das coisas que mais me impactou foi quando eu falei de missões. Primeiro eu tenho problemas em me controlar quando falo daqueles que foram antes de nós e morreram levando o evangelho a aqueles que nunca ouviram falar de Jesus. Mas, quando eu falei, “Você pode ser um missionário”, parece que ninguém tinha ouvido isso antes. Era aquele olhar vazio, tipo, “Como?”. E naquele momento eu pensei, “Talvez nunca ninguém tivesse falado isso para eles ou estimulado eles a pensar em perder sua vida assim por Jesus”. E isso me deixou bem marcado, bem triste.
Confesso que essa é a minha birra com a faculdade. Não que os jovens façam, pois pode ser um beneficio no caso de alguns, mas pelo fato que pais e pastores estimulam cada jovem com pulso de fazer faculdade como se fosse algo que vem depois de “Crer, ser batizado e fazer faculdade”.

Eu me espanto com a realidade de que muitos pais, não querem que seus filhos se tornem missionários devido a razões como essas: “Como eles vão se sustentar?” ou “Quero que meus filhos morem perto de mim. Quero ver meus netos”. Já até ouvi uns falarem: “Deus pode chamar outro, mais, o meu não”. Caraca! Isto é atitude de cristão??? Mas, como será que o evangelho chegou aqui? Um dia, num lugar, alguns pais teve que abrir mão dos seus filhos e os deixarem seguir Deus e o que queimava nos seus corações. E sim, muitos deles nunca voltaram para casa. E muitos que voltaram, voltaram dentro de caixões. Com certeza, isso não é o sonho de nenhum pai (exceto talvez eu). Mas, alguém tem que lembrar eles, alguém tem que nos lembrar que é por isso que fomos salvos, para alcançar outros. Cristianismo nunca era para ser algo que temos como posse, segurando e não dividindo com ninguém. Se crer vem pelo ouvir, alguém ter que falar, alguém tem que ir. Jamais vou esquecer aquele olhar.

Meu amigo, Deus pode te usar como missionário. Eu acredito nisso. Eu sonho nisso; uma geração se levantando e abandonando tudo que esse mundo está tentando te vender. Como será? Eu não posso dizer. Mas sei que Deus estará contigo e no fim da sua vida quando encontrar com Ele, você não se arrependerá de ter gasto sua vida em prol do evangelho. Como eu gostaria que todo pai e todo pastor estivesse enchendo a cabeça dessa geração como sonhos missionários em vez de terrestres.

A coisa que me levou a continuar acreditando é que eu conheço alguns jovens e adolescentes que já estão agindo. 62 foram a Zâmbia em julho desse ano e passaram a maior parte de um mês trabalhando com órfãos por causa da AIDS. A minha filha Taylor teve o privilégio de fazer parte desse grupo. Segundo ela, essa viagem não somente mudou a vida dela, mas confirmou o que queimava no seu coração: Missões. O interessante é que ela quer fazer faculdade e eu vou deixar com a minha benção. Por quê? Porque eu acho que é a direção de Deus para sua vida. Ela está planejando se formar em enfermagem. E assim, vai partir para África.

Um amigo meu que nem crente é me perguntou se meu coração estava partido sabendo que eu vou perder minha filha. E na boa, eu tive que pensar um pouco antes de responder. Mas, assim eu falei: “Não. Foi para isso que eu e mãe dela a treinamos para ser. A verdade é que eu não estarei perdendo ela, pois ela nunca foi minha para que eu pudesse segurar. Ela pertence a Deus e minha responsabilidade foi de treinar ela para isso. Eu estou investindo num povo que eu nem conheço, mas Deus conhece”. Então, vou chorar quando ela sair? Sim. Sou humano, amo ela, mas amo mais a Jesus. E agora a sua irmã tem o mesmo papo nos seus lábios. “Quero ser missionária”. O que é um pai deve fazer? Sorrir e agradecer a Deus que os seus filhos estão ouvindo a voz do Senhor.

Falei no acampamento que eu gostaria adotar todos, mas creio que não cabem na minha casa. Mas gostaria olhar nos olhos de cada um de vocês e falar, “Eu ainda acredito”. Eu ainda acredito que Deus pode levantar uma geração que sonha no alcance dos perdidos. Eu ainda acredito um Deus pode influenciar essa geração a fazer algo fora da caixa; algo fora do esperado sonho de trabalhar, comprar, casar e morrer. O meu sonho é que você comece acreditar, que nos olhos não terão mais surpresa ao ouvir que Deus pode te usar. É possível. Deus pode. Eu ainda acredito.


Jeff

 
Extraído do site Geração Benjamim em 19-10-2010
Link: http://www.geracaobenjamim.com/modules/smartsection/item.php?itemid=103

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